terça-feira, 25 de outubro de 2011
Entre lágrimas,
Me lembro daquela garota, deixando que suas lágrimas se misturassem em meio a água que vinha do chuveiro. Ela costumava prender a respiração por um tempo, antes que soluçasse muito alto e deixasse claro para os demais da casa como realmente se sentia. Talvez o chuveiro abafasse esse som, mas preferia não arriscar. Ambiente pessoal aquele. Assim que a porta era fechada, uma redoma recaía sobre tudo, separando o mundo mundo de fora e o mundo que residia dentro dela, que agora já sabia: era hora de deixar suas verdadeiras emoções saírem. Tudo desabava, todas as lembranças irradiavam. Parecia-se bem como tirar água de um poço cuja água é infinita. Aquela garota não era uma qualquer. Não para mim. Aquela garota era eu em processo de fortalecimento, parte do aprendizado. E lá estavam as lágrimas, as maiores testemunhas de quem ela viria a ser.
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