segunda-feira, 19 de novembro de 2012

E são horas, dias, febres, saudades e detalhes que não me deixam te esquecer.

As horas entalam na minha garganta, meu amor, e assim os dias passam. Já posso me convencer de que a febre das minhas madrugadas e de quase todos os dias é saudade. Bem me alertou o médico uma vez de que a minha saúde é forte, mas o que me mata é a emoção. Quem me deixa de cama, de olhos sempre vermelhos, corpo cansado, cabeça pesada e respiração ofegante, não é a corrida da vida, mas a emoção de tudo o que vivo. Viver é isso, meu amor, quase me mata, ironicamente. Viver querendo, precisando, pedindo, implorando, amando, é o meu suicídio declarado. Então, eu te amo quase na cama de um hospital, que seja. Eu te amo na minha falta de forças e saúde para o amor. Você não sabe das minhas guerras particulares com a saudade, e não sabe porque a minha voz se faz tão doce para ti que não há como saber. A saudade que se aloja nos cantos da casa, da cidade e de mim, é minha inimiga, embora diariamente eu tente fazer as nossas pazes e somente sentar com ela e contar sobre o seu cabelo caindo pela minha mão, os seus olhos me encarando desprotegidos, a sua risada que me tira de qualquer assunto, o seu abraço que me salva de mim… Os seus detalhes que enchem a minha cama tão vazia todas as noites. Saiba, porém, meu amor, que não desisto, que a vida me assusta, mas não me vence. Saiba que os romantismos que aprendi e para nada parecem servir, não morrem dentro de mim. As horas que não passam pela minha garganta são o reflexo dos olhos marejados, do meu desinteresse por quem quer me sorria. Eu não brinquei ao dizer que você me levou. Se te espero? Eu só te espero.

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