sexta-feira, 23 de novembro de 2012

“Mas que mal tem? Eles são apenas amigos.
Ele a liga.
— Loira?
— Oi moreno.
— Tá em casa?
— Não, tô na festa. — Ela ri.
— Porra, eu falei que ia pra sua casa hoje.
— Eu sei idiota, eu tô em casa.
— Cara, só te socando a cara.
Ela ri. — Para de reclamar, tá aonde?
— Saindo de casa.
— Mano, vem logo.
— Daqui duas horas tô ai, loira. Não sou teu vizinho, moro longe.
Ela desliga sem dar tchau, para ela, duas horas eram pouco para se arrumar. Ela corre para o banho, mesmo sendo apenas seu amigo, ele mexia com ela. Ele liga para ela umas cinco vezes e ela não atende. Ele fica preocupado, continua a ligar e ela atende.
— Tá aonde?
— Você que me responde, tá aonde? Te liguei umas mil vezes, mano.
— Tava no banho, idiota.
— Já tô chegando, desce.
Ela desliga, desce e o espera. Como de costume, ele já trazia um filme, idiota por sinal, mas um filme que ela gostava. Ele preferia o de ação, mas levou o de romance. Mas tudo se encaixava quando ele lembrava da ideia de assistir com ela. Ele chega, a beija no rosto, a manda carregar sua mochila e pegam o elevador. Ele como já era de casa, liga a televisão, enquanto ela pegava os travesseiros e um único cobertor. Ele abre o armário da cozinha, pega a pipoca, coloca no microondas e vai até o banheiro pra se ver no espelho. Ela pega dois pares de meia, um de sapinho e outra de princesa e vai em direção á sala. Ele a encontra no caminho e a beija no pescoço.
— Me assustou.
Ele sorri. — A pipoca já tá pronta.
— Toma sua meia.
— Vai querer suco?
— Peguei cinco travesseiros, quer mais?
— Não tem chocolate não?
— Embaixo das barrinhas de cereais.
— Ótimo esconderijo.
— Já te dei a meia?
— Já, loira. Cadê o pote de colocar pipoca?
Ela o olha. — Desde quando não sabe onde fica?
— Desde que a sua empregada muda de lugar as coisas.
— Trouxe que filme?
— Sei lá, peguei qualquer um.
— Não sabe o nome?
— Não, mas é de romance loira.
Ela sorri. — Vem logo então, chatinho.
Ele vai até a sala, deita ao lado dela no chão, se enrola no cobertor, a puxa para mais perto, aperta play e fica em silêncio. Eles ficam em silêncio por alguns minutos, o filme já havia começado. Ele a olha e sorri.
— Que foi?
— Nada, loira.
— Tava com saudade.
— Eu também.
— Agora quietinho, vai começar.
— Mas já começou.
— Fica quieto.
Ele ri, fica em silêncio. Mais tarde, ela o olha.
— Não tô conseguindo ver o filme.
Ele sorri. — Viu? Por isso não me importo de escolher o filme, eu sei que não vou ver. Vem cá, loira. — Ele a puxa, a posiciona sentada em cima de suas pernas e a beija.
— Mas e o filme?
— Deixa pra depois, loira.”

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