segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

 
Tô aqui com a caneta na mão e o verso do papel da lanchonete porque resolvi escrever pra você na Rua das Flores. E o nome da rua é esse mesmo, não é pra ficar mais bonito (ou piegas) não. É que eu tava sentado nessa tal lanchonete e a garçonete tava usando o seu perfume. Daí já sabe né? Bate em mim aquelas coisas que a gente vê em música por aí. E eu bem coloquei um pouquinho de Caetano pra tocar na hora que a moça saiu pra tudo ficar um pouco mais dramático e eu querer chorar. Mas eu não chorei, senti vergonha. A moça já estava me olhando estranho de tanto que eu olhava pra ela com aquela cara de pidão. E o que eu queria pedir mesmo era um beijo. Dela não. Um beijo seu. É que, sei lá, não sei o que me dá. Amor deve ser isso, esse eterno “não sei o que me dá”. Porque, você veja bem, é cada coisa besta que a gente faz quando gosta de alguém (que eu faço quando penso em você) que, sinceramente, eu não sei o que me dá. Agora dá saudade, disso eu sei. Perdoa essa coisa toda, mas a folha tá acabando e só vou ter outra se comer outro pastel e o dinheiro tá curto. É, eu consigo estragar todo romantismo mesmo. Te amo (como antes, mas diferente).
Aquele velho vício de sonhar, Sfocare.

Nenhum comentário:

Postar um comentário