Morro de vontade de ter uma foto contigo. Uso a expressão “morro de
vontade” para já dar uma ideia da intensidade. Uma daquelas fotos
espontâneas que alguém tirou sem percebermos, onde você estivesse me
fazendo rir enquanto tentava me abraçar e eu me preocupava em arrumar o
cabelo que o vento desordenara e depois me apertando no seu abraço
quente. Uma foto feliz, sem que soubéssemos o quanto estávamos sendo
feliz. Digna de um retrato grande colocado na parede do meu quarto ou
impresso numa pequena folha de papel que ficaria amassada e velha de
tanto que viveria trocando de bolso entre as minhas roupas sempre me
acompanhando. Uma foto para agora poder justificar a saudade. Foto com
cheiro, textura, voz… Uma foto viva de nós dois em algum tempo qualquer.
Mas não temos foto, não temos nada para segurar enquanto choramos pela
nossa história. Eu não tenho nada em mãos, desde você até uma fotografia
que todos olhariam e diriam: “ah, uma pena acabarem assim…”. Fotos que
nos dessem reticências.
— Camila Costa.
— Camila Costa.
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