Então ele estava ali, dedilhando ao violão uma linda melodia.
Eu observava consciente de que se ele olhasse para mim eu desviaria o olhar: Timidez aguda obsessiva era minha grande doença.
Deveria ser pecado nascer tão bonito! Se não for pecado, deve ser ao menos uma grande e imensa injustiça para com os feios...
Puxa,
como eu pude me apaixonar desesperadamente por alguém assim: bonito e
cheio de talentos (tocar e cantar)? Sou muito burra, eu sei, mas eu não
consigo controlar a burrice esquizofrênica que assola meu coração. As
forças interiores são mais fortes que minha força física e racional...
Impulsos descontrolados e avassaladores... Em suma: paixão idiota.
Sabe quando um garoto desses vai olhar pra mim? Ene-u-ene-cê-a: NUNCA!
Os anos passam e mais dias e
menos dias a gente acaba esquecendo aqueles amores infantis retardados,
aqueles amores que nos deixam suspirar pelos cantos e ficar devaneando
uma série de coisas que supostamente poderiam acontecer, mas
nunca, NUNCA acontecem (eu sei é patético, mas eu já fiz isso!).
E
o tempo passa, então, um dia você vai para um showzinho, senta-se
solitária em uma mesa, pede um drink e vê (vê não só com os olhos, mas
com o coração) aquele mesmo cara (por quem você passava noites pensando)
dedilhar o violão com aquela melodia tão conhecida (já que nunca
esquecemos as músicas/melodias que marcam nossas vidas) e com uma letra
reveladora:
A letra da música
falava de uma garota que o assistia tocar violão, mas que sempre
disfarçava estar observando-o. Ele adorava aquele jeito cativante dela,
fascinava-se com tamanha sensualidade que existia no ato, mas ele não
tinha coragem de ir falar com ela, pois ela era linda e tinha uns
playboyzinhos dando mole assim ele nunca teria chance, mas ele havia lhe
entregado suas canções, seu violão e seu coração...
Direcionada para mim? Será? Prefiro pensar que não porque se for dá uma raiva sem tamanho...
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