segunda-feira, 1 de abril de 2013

 
Devia estar terminando de encher as paginas com coisas acadêmicas e cheias de lógica, mas não há lógica alguma na minha cabeça desnorteada. Passei o último dia, o último mês, o último ano em crises de nervos, admito que me cansei de arrumar uma desculpa pra mim mesma, e zanzar pela casa e acabar no chuveiro, deixando a água fria escorrendo na cabeça, na esperança de que ela não exploda. Mas não há desculpa alguma e minha cabeça lateja. Então vejo que já não posso, não posso passar mais nenhum dia nessa infinidade, não posso continuar tendo crises histéricas dia sim e dia não, oscilando picos vingativos com noites varadas e olhos vermelhos. Não posso, só por isso deixei o meu texto sério de lado, porque nada no mundo é mais sério do que tenho dentro de mim. Por isso e só por isso passei um tempão olhando pra mim mesma no espelho, me perguntando com qual autoridade me deixei naquele estado, por quanto tempo me negligenciei? Por isso e só por isso fiz panquecas com azeitonas, mesmo sendo quarta-feira. Já que não posso apagar nada que vivi, nada que sinto, já que não tenho o consolo de esquecer se apagar todas as músicas, todos os textos, todas as fotos. Já que nem mesmo te deletando, deletando teu número, teu nome, tuas coisas, se nem mesmo nunca mais te vendo, te cheirando, se mesmo nunca mais dizer um única palavra sobre isso, sobre tudo que foi e tudo que passou, se mesmo assim tua imagem continua tão forte dentro de mim como foi ontem, como foi mês passado. Se nada disso for o bastante, se não houver jeito de te tirar de mim, eu assumo, eu te amo. Sim, eu te amo. Amo todos os teus jeitos e todas as tuas coisas, vou continuar amando e continuar sentindo meu coração quase parando quando te olhar, vou sentir aquela alegria imensa me invadindo aos poucos ao ouvir tua voz. Sim, eu te amo. Vou continuar me preocupando tua gripe mesmo desejando que morra, vou continuar morrendo de medo de que alguém tome teu coração mesmo te ignorando pra sempre. Sim, eu te amo, sem nenhuma vergonha e nenhum escrúpulo, com tudo de bonito e feio que existe dentro de mim, com vontade de colocar no colo e com vontade de te devorar. Sim, eu te amo, mesmo sentido meu coração inchar e quase não caber mais dentro de mim com teu desprezo, com teu silêncio. Te amo com toda minha insegurança, com todo meu medo, com toda minha contradição. Com todas minhas conclusões precipitadas e lágrimas ansiosas, com todo o adeus e sem nunca ir embora. Vou continuar te amando por que teu amor sem futuro e sem esperança não sai de mim. Por isso e só por isso, que parei o que estava fazendo e gritei abem alto na casa vazia, você ouviu? Eu te amo. Te amo mesmo que você não mereça nenhuma parcela do meu afeto, mesmo você só sendo um menino bobo que não sabe o que quer. Todavia, escute, não posso mais andar descabelada e perdida, tenho tudo aqui, te daria tudo, sabe bem que reviraria o mundo por um sorriso seu. Mas não posso mais, não posso continuar engolindo meu orgulho, engolindo minha dor e não conseguindo digerir nada disso. Não posso, não posso continuar aos cacos. Não tenho culpa de você ser idiota e não perceber o quanto te amo, mas continuarei te amando mesmo assim, até quando não sei. Uma hora, numa hora sossegada esse amor sai de mim e vai morar em outro canto. Mas não posso mais, não posso me afastar e afastar o mundo inteiro por causa desse amor, não posso me privar de sorrir, não posso continuar fugindo do teu amor desgraçado. Então façamos um trato, continuando te amando, mas me amando mais do que tudo isso. Então não minto mais e você me deixa voltar pras minhas coisas. Então eu te amo, porque contra isso, não há mais nada que se possa fazer.
N.B.

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